Nos últimos anos, o jejum intermitente virou um dos assuntos mais comentados entre quem busca uma vida mais saudável – e claro, uma ajudinha para emagrecer. Mas será que ele é tudo isso mesmo? Se você já ouviu falar, mas ainda não entendeu direito como funciona, ou quer saber se realmente vale a pena tentar, chegou ao lugar certo. Vamos te explicar tudo, sem complicação.
Afinal, o que é jejum intermitente?
Vamos começar do começo: jejum intermitente não é uma dieta. Isso mesmo. Não tem a ver com contar calorias ou cortar grupos alimentares. O jejum intermitente é um estilo de alimentação, onde você alterna períodos de jejum (sem comer nada) com janelas em que se alimenta normalmente.
Os protocolos mais comuns são:
- 16/8 – você fica 16 horas em jejum e se alimenta durante 8 horas do dia (por exemplo, come entre meio-dia e 20h);
- 5/2 – comer normalmente cinco dias da semana e, nos outros dois, reduzir bastante a ingestão calórica;
- OMAD – sigla para “One Meal a Day”, ou seja, fazer só uma refeição por dia;
- Jejum em dias alternados – como o nome já diz, alterna dias de jejum com dias de alimentação normal.
Pode parecer radical à primeira vista, mas a verdade é que jejuar já faz parte da vida humana há milênios — nossos ancestrais não tinham geladeira nem fast food. O jejum era, na prática, algo natural. A ciência moderna resolveu investigar os efeitos disso, e os resultados são bem interessantes.
O que dizem os estudos?
Vários estudos vêm mostrando que o jejum intermitente pode trazer benefícios reais para a saúde. E não, não é só perda de peso. Pesquisas apontam que esse estilo de alimentação pode ajudar a:
- Reduzir gordura corporal;
- Melhorar a sensibilidade à insulina (ótimo para quem tem resistência ou quer prevenir diabetes tipo 2);
- Diminuir os níveis de colesterol e triglicerídeos;
- Reduzir inflamações no corpo;
- Estimular a autofagia, um processo celular de “limpeza interna”;
- Proteger o cérebro e até contribuir com a longevidade (isso ainda está sendo muito estudado, principalmente em animais).
Claro que ainda há muito a ser pesquisado, mas os sinais são animadores.
Quais são os benefícios práticos?
Além dos benefícios de saúde que já citamos, quem adota o jejum intermitente costuma relatar:
- Menos compulsão alimentar;
- Mais clareza mental e foco;
- Redução da ansiedade em relação à comida;
- Maior facilidade para manter o peso.
Outro ponto que muita gente adora é que não precisa ficar fazendo mil cálculos ou levando marmita de frango com batata-doce pra todo lado. É só seguir sua janela de alimentação com refeições equilibradas. Este estudo → (aqui) – analisou como o jejum intermitente está em segundo lugar dentre as dietas que entram na moda e que tem mais seguidores.
Mas atenção: não é pra todo mundo
Apesar de todos os pontos positivos, o jejum intermitente não é indicado para qualquer pessoa. Se você se encaixa em algum desses grupos, vale repensar ou buscar orientação:
- Gestantes ou lactantes;
- Pessoas com histórico de distúrbios alimentares (anorexia, bulimia, compulsão);
- Crianças, adolescentes e idosos frágeis;
- Quem tem diabetes tipo 1 ou faz uso de insulina;
- Pessoas que tomam medicamentos que exigem alimentação frequente.
Nos primeiros dias de jejum, também é comum sentir alguns efeitos chatos, como dor de cabeça, irritação, tontura ou queda de energia. Mas geralmente, esses sintomas passam à medida que o corpo se adapta.
Como fazer do jeito certo (sem sofrimento)?
Se você se interessou e quer tentar, ótimo! Mas tem alguns cuidados importantes que fazem toda a diferença para que o jejum seja benéfico — e não uma tortura.
- Beba água!
Hidratação é essencial. Café preto sem açúcar e chás naturais também são liberados durante o jejum.
- Quebre o jejum com consciência
Nada de atacar uma feijoada ou um combo de fast food. Prefira refeições leves e nutritivas.
- Cuide da qualidade da comida nas janelas de alimentação
O jejum não é desculpa pra comer qualquer coisa quando o relógio liberar.
- Ouça seu corpo
Se você sentir que não está bem, não insista. Respeite seus limites.
- Evite treinos intensos nas primeiras vezes
Comece devagar até seu corpo se acostumar.
E como quebrar o jejum? Tem segredo?
Tem sim — e quebrar o jejum do jeito certo pode fazer toda a diferença na forma como você se sente depois. Seu corpo ficou algumas boas horas sem receber alimentos, então essa primeira refeição precisa ser estratégica: nada de exageros, nem de opções que disparam o açúcar no sangue.
A dica de ouro aqui é apostar em carboidratos de baixo índice glicêmico (IG). Eles são digeridos de forma mais lenta, ajudam a manter os níveis de glicose estáveis e promovem saciedade por mais tempo. Ou seja, você evita picos de fome logo depois de comer e ainda dá combustível de qualidade para o seu corpo, usando alimentos que aumentam sua energia.
Alguns exemplos de alimentos com baixo IG que são ótimos para quebrar o jejum:
- Aveia em flocos (preferencialmente grossos);
- Batata-doce cozida ou assada;
- Arroz integral ou arroz cateto;
- Quinoa;
- Lentilha e grão-de-bico;
- Pão integral de verdade (feito com farinha 100% integral);
- Frutas como maçã, pera e morango;
- Legumes cozidos como abobrinha, cenoura ou brócolis.
A ideia é combinar esses carboidratos com proteínas e gorduras boas, o que potencializa a saciedade e dá um “up” no metabolismo. Exemplo de combinação bacana? Um bowl com ovos mexidos, batata-doce e abacate. Ou então um mingau de aveia com chia, iogurte natural e frutas vermelhas.
Ah, e vá com calma. Comer muito rápido ou em grandes quantidades pode causar desconforto. Comece com uma refeição leve, mastigue bem e observe como seu corpo reage.
Resumindo: quebrar o jejum com alimentos nutritivos e de digestão mais lenta é o caminho para aproveitar o melhor que o jejum intermitente tem a oferecer, sem passar perrengue depois.
Então, vale a pena?
O jejum intermitente pode sim ser uma ferramenta interessante para quem quer cuidar da saúde e do corpo — mas como qualquer estratégia alimentar, não é mágica. Ele funciona melhor quando está aliado a uma boa alimentação, sono de qualidade, manejo do estresse e prática de atividade física.
Antes de tudo: fale com um profissional
Esse talvez seja o conselho mais importante: não comece nada por conta própria. Mesmo sendo uma prática aparentemente simples, o jejum intermitente mexe com seu metabolismo e com seus hábitos. Só um profissional da saúde (nutricionista ou médico) pode te orientar de verdade, levando em conta suas necessidades e histórico.
Lembre-se: o que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra. E quando o assunto é saúde, não vale a pena apostar no “achismo”.
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